Aquele dia em que o cursor do Windows vira uma ampulheta eterna. Tá
tudo travado de você não conseguir clicar em nada. Apenas o cursor
responder ao balanço do mouse a caminho do mar. A setinha ganha uma
ampulheta que pode ser animada ou não, dependendo da configuração que o
cliente escolher. No início você é paciente e tem fé de que se trata
apenas de um mal entendido entre seu computador e o Cosmos. Em três
minutos você já se lembra que se esqueceu de fazer backup. Em cinco
minutos você se arrepende de ter mastigado a hóstia em 1991. Em seis
minutos o suor já ensopou sua camisa com aquelas rodelas embaixo das
axilas. Karma ruim, afinal o computador travou tudo porque você estava
com catorze abas de pornografia aberta e a ampulheta já te irrita
profundamente. Quem inventou essa bagaça de ampulheta? A forma mais
primitiva de se medir o tempo, sei lá. O relógio de sol você até entende
o mecanismo, vá lá, ainda que não se veja horas à noite. No tempo do
relógio de sol eu teria medo da noite, sinceramente. Assim que o sol
baixasse eu já estaria dentro da minha caverna ou coisa que o valha
rezando pelo amanhecer do dia expulsar as trevas. Aquela ampulheta
colada na seta do mouse te deixa nervoso a ponto de você ter medo do
escuro medieval e de sacudir o mouse em várias direções da tela para ver
se os dois desprendem.
Más notícias: o mouse só vai desprender da ampulheta se você conseguir movimenta-lo a uma velocidade de 88 milhas por hora.
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